sexta-feira, 5 de junho de 2009

Correndo riscos pelo amor à profissão

Antes de mais nada, gostaria de explicar que essas matérias que eu estarei postando nesta semana, são sobre o Rodeio Técnico de Adamantina (RTA) de 2009. O objetivo disso tudo nada mais é que a minha turma está fazendo a Assessoria de Imprensa do rodeio neste ano. E como eu já tenho que escrever de ql jeito, vou publicar tds elas aqui... rs

Depois faço meu comentário sobre como foi trabalhar lá, oks??

;D



Histórias de heróis do Rodeio

Dentro de um rodeio, existem diversas pessoas que correm risco de vida, por amor e paixão à profissão. Estes são os peões, salva-vidas, auxiliares de pista e até mesmo os locutores. No Rodeio Técnico de Adamantina (RTA), que este ano tem como circuito o Bull Terrier, um dos melhores do país, não é diferente.
“Já tive oito costelas fraturadas, os ombros e os joelhos quebrados”, relatou o salva-vidas Deusicler Rodrigues que é da cidade de Pirapozinho, conhecido como “Meio Quilo”, e que estava com o dedo da mão quebrado. Meio Quilo e seu irmão são os dois primeiros salva-vidas brasileiros, e começaram a profissão nas antigas touradas. “Já temos 28 anos de profissão, e hoje tenho 47 de vida. Nos anos 80, uma companhia de rodeio dos EUA levou uma apresentação para Sebastião Procópio. Nós já trabalhávamos como palhaços nas touradas, e os americanos disseram que a gente tinha jeito para ser salva-vidas. Gostamos a idéia, e estamos aí até hoje. Meu irmão, além de salva-vidas, também já é juiz de rodeio hoje em dia”. Meio quilo falou sobre a importância do salva-vidas dentro de um rodeio. “Nós temos que desviar a atenção do touro para a gente quando o peão cai, para que ele não sofra nenhum acidente. Antigamente, os salva-vidas eram chamados de palhaços de rodeio porque pintávamos as caras, e ficávamos fazendo graça, mas o rodeio é muito sério, hoje já não podemos mais ser tratados como palhaços, mas sim como salva-vidas”.
“Meu pior acidente, foi quando abri o peito”, afirmou o peão Evaldo Queiroz. “Mas 30 dias depois, eu já estava montando de novo. Já pensei em desistir, pois passamos por fases de altos e baixos, mas quando eu falava isso para mim mesmo, meus olhos enchiam d‘água, e eu continuava montando. É muita paixão”.
“Por ficarmos muito próximos dos touros, também corremos riscos de sofrer algum acidente”, relatou o auxiliar de pista Everton da Silva, conhecido por “Quilo”. Quilo relata que apesar de todos os riscos, ainda pretende continuar trabalhando nos rodeios. “Também trabalho como salva-vidas”, disse.
O peão Igor da Costa, um dos favoritos do RTA 2009, falou sobre os acidentes que já sofreu durante as montarias: “Já fraturei a vértebra, que foi o pior acidente até hoje, mas também já quebrei o nariz, várias costelas, e rompi os ligamentos dos joelhos. Mas eu sempre volto a montar, não tenho medo”.
Júlio César, o locutor do RTA, que também já trabalhou como salva-vidas de rodeio, relatou o pior acidente que já viu nas arenas. “Uma vez, eu estava narrando um rodeio em 1991, e um peão caiu do touro. Quando ele caiu, ele saiu correndo e não conseguiu pular os bretes, pois já estava muito cansado. O peão tentou passar pelo meio dos ferros, e ficou encalhado. O touro chegou por trás e pegou ele, quebrando a espinha do homem. Ele morreu naquele mesmo momento”.
Para evitar esse tipo de acontecimento, o RTA possui três enfermeiras, vários paramédicos, ambulâncias e um médico ortopedista responsável, Alexandre Clinaldo, que já trabalha no rodeio de Adamantina há vários anos, e também já esteve presente no rodeio e Mariápolis. “Quando acontece algum tipo de acidente, seguimos o protocolo mundial, que é e liberar as vias aéreas do acidentado. As fraturas mais freqüentes que vemos nesses locais são a de membros superiores e inferiores, e também a de crânio. O pior acidente que eu já vi nas arenas até hoje foi um afundamento de crânio. E por sinal, o peão já voltou à ativa, e vai montar aqui hoje”.
A enfermeira Maria José, que está trabalhando no rodeio pela primeira vez, também contou sobre um acidente que havia acontecido anteriormente. “Um menino caiu de um boi, e levou uma pancada de raspão. Meu trabalho é de observar o paciente, e dar os primeiros cuidados, enquanto o motorista da ambulância segue para o hospital. Aqui em baixo (nos bretes) somos em duas enfermeiras, e também tem mais uma lá em cima”.
Além disso, o RTA também conta com o auxílio do Corpo de Bombeiros, e da Polícia Militar para trazer maior segurança aos participantes e ao público. Ainda assim, os riscos são inevitáveis. Durante a noite de quinta-feira, um peão de 18 anos caiu e levou uma patada do touro durante a montaria, afundando o osso da face. Ele foi socorrido na hora pela equipe de salvamento, e foi levado diretamente para o hospital para fazer um Raio-X do rosto.




Camila Yano

Nenhum comentário: